terça-feira, 20 de abril de 2010

EDITORIAL (Extensivo Etapa)



O que são os editoriais?

Um jornal publica sua visão sobre fatos atuais, regionais ou nacionais, nos editoriais. O editorial é um texto opinativo não assinado que reflete a posição coletiva da redação do jornal. Editoriais não são notícias, são opiniões baseadas em fatos. Por exemplo, os editoriais podem criticar a atuação de autoridades públicas como o prefeito, o chefe de polícia ou o conselho de alunos local. Por outro lado, podem também elogiar pessoas por suas contribuições. Seja qual for o assunto, jornais esperam que seus editoriais aumentem o nível de discussão na comunidade.

Então, a objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia textual, uma vez que o redator dispõe da opinião do jornal sobre o assunto narrado.
Logo, os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter, de modo que evidencie a posição da mídia, ou seja, do grupo que está por trás do canal de comunicação, uma vez que os editoriais não são assinados por ninguém.
Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.

O editorial possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a interpretação do que aconteceu.

Pelas características apontadas acima, podemos dizer que o editorial é um texto: dissertativo, pois desenvolve argumentos baseados em uma ideia central; crítico, já que expõe um ponto de vista; informativo, porque relata um acontecimento.

Na chamada "grande imprensa", os editoriais são apócrifos — isto é, nunca são assinados por ninguém em particular.

A opinião de um veículo, entretanto, não é expressada exclusivamente nos editoriais, mas também na forma como organiza os assuntos publicados, pela qualidade e quantidade que atribui a cada um (no processo de Edição jornalística). Em casos em que as próprias matérias do jornal são imbuídas de uma carga opinativa forte, mas não chegam a ser separados como editoriais, diz-se que é Jornalismo de Opinião.
O profissional da redação encarregado de redigir os editoriais é chamado de editorialista.

OUTRA DEFINIÇÃO
Trata-se de uma dissertação, o tipo de texto exigido pelas Bancas Examinadoras das universidades de todo país; é a exposição objetiva do ponto de vista de seu autor sobre qualquer assunto. Como em qualquer ato de comunicação, o autor espera, ao redigir a dissertação, que seu interlocutor – o leitor- compreenda as ideias expostas no texto e para isso as ordena de forma clara. Apesar de possuir uma organização aparentemente simples – as estruturas conhecidas como INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO – a dissertação causa sérios problemas aos vestibulandos.

CAOS ALIMENTAR
A figura da pessoa esquálida, macilenta, que já fez parte da imagem do Brasil, certamente, ainda existe. Mas a má alimentação já começa a gerar o fenômeno exatamente oposto: pessoas pobres, mas devido a uma dieta desequilibrada, sofrendo assim de vários e sérios problemas de saúde.
Segundo as mais recentes pesquisas, 32% da população adulta do país apresenta algum grau de excesso de peso: 15% a 20% têm hipertensão arterial, e 7,6% apresentam o diabetes não-dependente de insulina. Todas essas doenças, além de diversos tipos de câncer, estão relacionados à alimentação.
Dietas desequilibradas são certamente um problema mundial. A diferença é que aqui, exceto em meios sociais bastante privilegiados, não se dá atenção à qualidade da alimentação. Nos EUA, em que pese a péssima dieta média, quase todos se preocupam com suas taxas de colesterol, triglicerídeos, relação peso/altura e realização de exercícios físicos. Lá, muito mais que aqui, a indústria alimentícia explora fortemente o ramo dos “diets” e “fat free”, e o setor farmacêutico fatura com complementos alimentares de vitamínicos.
E os cuidados com o que se come são, na verdade, medicina preventiva e trazem resultados muito mais positivos do que os que se têm tomado remédios para combater os sintomas. Perder peso e fazer exercícios físicos é em geral bastante mais eficaz para o tratamento da hipertensão arterial do que tomar, por exemplo, um betabloqueador, com seus inevitáveis efeitos colaterais indesejados.
Seria desejável que o Ministério da Saúde investisse um pouco mais em educação alimentar e ensinasse as pessoas como se manter saudáveis com uma dieta equilibrada.
(Folha de São Paulo)
1º PARÁGRAFO- é introdutório, pois se apresenta nela a IDEIA-NÚCLEO sobre a qual o texto está fundado-
(...) a má alimentação já começa a gerar o fenômeno exatamente oposto: pessoas pobres, mas devido a uma dieta desequilibrada, sofrendo assim de vários e sérios problemas de saúde.

Portanto, o texto parte do princípio que, mesmo que a desnutrição ainda seja comum no Brasil, já é possível observar no país o problema da obesidade. Assim, o autor se propõe a mostrar que o problema da obesidade é grave.

Em resumo, é possível afirmar que a introdução deve conter uma afirmação que proponha o assunto que será estudado na dissertação. Note que é necessário que o desenvolvimento respeite a abordagem proposta na introdução.
Dessa maneira, o autor começa seu DESENVOLVIMENTO provando que as afirmações feitas na introdução são, realmente, uma nova realidade brasileira que merece atenção.

No 2º PARÁGRAFO,
vale-se dados estatísticos para provar que a obesidade já assola o país de maneira preocupa.

0 3º PARÁGRAFO
lança mão de mais um argumento cujo objetivo é alertar o leitor sobre o descaso com a dieta. Retoma-se a proposta inicial, com a comparação entre a preocupação com a qualidade de alimentação no Brasil e nos Estados Unidos. Enquanto á todos se preocupam com os indicadores de problemas de saúde relacionados à alimentação, aqui poucos são os que se informam sobre esses aspectos.

O 4º PARÁGRAFO é consequência do terceiro: se houver preocupação com a prevenção às doenças relacionadas ao peso, menos problemas ocorrerão e não será necessário recorrer a medicamentos cujos efeitos colaterais sejam fortes.
Em resumo, a estrutura do desenvolvimento baseia-se na discriminação dos aspectos a estudar e na fundamentação das afirmações feitas na introdução. Em primeiro lugar, o autor do texto estudado se valeu de uma apresentação de estatísticas que confirmam as afirmações da introdução; depois, valeu-se de uma comparação entre Estados Unidos e Brasil para provar que as doenças relacionadas à má alimentação ainda são mote de pouca preocupação entre os brasileiros. Por último, mostrou a relevância da prevenção às doenças.
Dessa maneira, só resta ao autor, na CONCLUSÃO, afirmar que é preciso que o Ministério da Saúde, com ações, invista em informação à população sobre as doenças estudadas no texto.

Depois de definidas as estruturas que compõem o texto dissertativo, observadas no editorial da Folha de São Paulo, é necessário avaliar os méritos de seu autor:
a) Em primeiro lugar, o autor cumpriu, ao longo do texto, a meta a que havia se proposto: evidenciou a urgência da informação sobre um tipo de doença que assola o Brasil. Se houvesse apresentado, ao longo da dissertação, outro aspecto além do proposto; ou se, ao contrário, examinasse problemas que não constassem na introdução, teria FUGIDO AO TEMA. Portanto, fica claro que, na INTRODUÇÃO, o aluno só deve propor análises que é capaz de fazer. Conseguintemente, a introdução deve ser seguida à risca para que o autor não fuja à proposta inicial.
b) A argumentação, além de seguir a proposta introdutória, apresentou ARGUMENTOS RELEVANTES para que o exame do assunto, alcançando o objetivo primeiro de uma dissertação: a apresentação do ponto de vista do autor. É indispensável saber que o leitor não precisa, necessariamente, concordar com as ideias expostas no texto argumentativo; deve, no entanto, considerá-las organizadas de maneira coerente e convincente.
c) O vocabulário utilizado pelo autor não pode ser considerado “difícil” e as estruturas sintáticas não são complexas. Logo, é possível afirmar que o bom texto dissertativo não precisa ser escrito com palavras incomuns- e, por isso, ingenuamente, consideradas “boas” pelos alunos- e com períodos truncados. Basta que o texto seja claro e organizado, sem virtuosismos.

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